
Quando se dá por conta de si, reconhece que nada encontrou, que nada do que viu, das aventuras que viveu, de tudo que passou, nada sobrou. Nem saudades, nem lembranças. Por vezes, restam marcas no corpo, feridas causadas pela ânsia de caminhar por entre espinhos, por entre pedras.
Bicho solto no mundo, se dá conta que as venturas, o amor, a esperança, estão lá, no mesmo lugar, esperando por sua volta. Porém, essa volta, muitas vezes, é mais dolorosa que o partir, simplesmente. Grilhões da incompreensão são guantes que ferem dolorosamente a alma. Dilaceram o coração.
No silêncio da noite, faz a despedida de tudo que esmagava o viver, assombrava os sonhos e aniquilava o querer.
Agora, passos cansados, mas firmes e felizes, trazem de volta à casa, onde renasce em vida, reencontra o eu perdido, esquecido por tantas trilhas.
De volta... Ao amor... À vida... À felicidade de ser, novamente, gente igual a tanta gente.
Passei a vida procurando
Caminhos por onde andar
E, sem perceber, fui ficando
Em lugares onde não deveria estar.
E mais longos se fizeram os caminhos
Quanto mais o cansaço me toma;
Em meio à multidão, estou sozinho,
Não tenho nem minha sombra.
Mas haverá dia em que me veja
Pelos caminhos da vida perdido,
Em meio a trilhas do desconhecido
Implorando um socorro qualquer.
E na angústia dessa solidão, de mansinho,
Surge a luz, em forma de mulher...
Um comentário:
Esta imagem é linda! E vou associá-la sempre a ti!
Não deixa de escrever nunca!
tens o dom da palavra!
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